Câncer, depressão, suicídio e outros problemas podem ser causados pelo consumo excessivo de álcool.

Câncer, depressão, suicídio e outros problemas podem ser causados pelo consumo excessivo de álcool.

 

Você bebe aquele cervejinha habitualmente? Ou tem problemas com álcool? No Dia Nacional de Controle do Alcoolismo, o Vivo Mais Saudável explica para você o quanto o álcool em excesso pode ser seu maior inimigo e como pode afetar seu organismo.

 

 

O consumo de álcool acompanha gerações como um hábito socialmente aceitável, mas exagerar na dose provoca riscos de doenças e aumento no número de acidentes. No entanto, mesmo com campanhas contra o alcoolismo, homens, mulheres e adolescentes ainda não entendem completamente os efeitos, principalmente a longo prazo, do álcool no corpo.

Para a presidente da Associação Brasileira de Estudos do álcool (ABEAD), a psiquiatra Ana Cecília Marques, nos últimos tempos, a ingestão de bebidas alcoólicas por mulheres elevou gradativamente, ultrapassando os homens. “As mulheres participam de happy hour e de festas em empresas, entre outros eventos. Isso é saudável se não for em demasia. Uma informação importante é que o consumo excessivo de álcool aumenta a chance da mulher ter câncer de mama em até 10%.”   

Se as mulheres consomem com mais frequência, a situação dos adolescentes não é muito diferente. Nos últimos anos, o alcoolismo se tornou um grande responsável pelo elevado índice de suicídio entre os jovens, no mundo inteiro. “Meninos e meninas bebem igualmente hoje em dia. A faixa etária mais proeminente é entre os 12 e 14 anos. A depressão também leva ao alcoolismo, e consequentemente aos casos de suicídio. É uma verdadeira cascata de vulnerabilidade”, conta ela.

Mas como reverter esse quadro?

A psiquiatra Ana Cecília Marques acredita que duas bases são essenciais para o controle do alcoolismo: a relação familiar e campanhas de incentivo. “A família deve participar ativamente da vida de quem sofre com a doença, ela deve se educar sobre o tema. Mas também sinto falta de políticas para mulher, porque ela esconde mais sua relação com as drogas, e tem mais vergonha de seus comportamentos”, enfatiza.

Existe fórmula para beber tranquilamente?

Se você acha que beber uma dose diária possa não torná-lo dependente de álcool, pode estar muito enganado. A psiquiatra Ana Cecília Marques não recomenda uma fórmula exata para beber socialmente, mas identifica o processo do álcool no organismo. “Segundo a Organização Mundial de Saúde, não existe uso seguro de drogas, mas uma dose a cada duas horas é o mínimo para a intoxicação. O estudo se leva ao fato de que o fígado leva cerca de uma hora e meia para metabolizar uma dose, podendo ser uma cerveja, uma taça de vinho ou 40 ml de destilado.”

Os segredos do álcool

O uso do álcool como estimulante e relaxante (embora tenha grande potencial depressor) é bastante antigo e universalmente aceito. Essa observação é facilmente exemplificada pela enorme variedade de bebidas alcoólicas e seus relatos desde a antiguidade.

Sua ingestão traz consigo, inicialmente, uma sensação de prazer e excitação, com perda de possível inibição, o que sustenta seu consumo em diversas ocasiões. Associado a esse uso, principalmente em altas doses, os mecanismos depressivos (não apenas de humor, mas também de coordenação motora, raciocínio, etc) aparecem como o desfecho mais comum nos usuários crônicos.

Além desses efeitos deletérios, sem esquecer que o etilismo é a principal causa de cirrose hepática em todo o mundo (sem citar ainda relação com diabetes, doenças cardiovasculares), vários estudos não deixam dúvidas em afirmar: o álcool é responsável por vários tipos de câncer. Tumores de cabeça e pescoço [1], tumores de esôfago, estomago, fígado, cólon dentre outros são sabidamente mais incidentes em pacientes portadores de alcoolismo crônico de grande monta. Com o objetivo de avaliar se esses mesmos achados aplicam-se de forma semelhante a homens e mulheres, e buscando entender se doses menores também oferecem os mesmos riscos, é que Yin Cao e colegas [2] analisaram mais de 130.000 pacientes prospectivamente, através de duas coortes americanas. Com um seguimento em torno de 24 a 30 anos, o uso de apenas uma dose diária de bebida alcoólica (< 15g) conferiu às mulheres (não fumantes) um risco aumentado de desenvolvimento de câncer, em especial de mama. Esses mesmos achados não foram observados no homem, onde o uso de ate duas doses diárias – até 30 g – (em homens não fumantes) não alterou o risco de câncer.

Embora não tenha ocorrido diferença de incidência nos homens que consumiram até 30 g/dia de álcool, é importante lembrar que esse estudo excluiu pacientes tabagistas e que, na vida real, a concomitância de tabaco e álcool é muito comum, e essa associação é sinérgica para a iniciação do processo neoplásico. Resumindo: tabagismo e alcoolismo são hábitos que somam-se para produzir o câncer.

Ficou assustado? Pois é. Assusta mais ainda saber que 15 g representa uma lata de cerveja ou uma dose de destilado.

Sabe-se que esse costume faz parte da vida comum de muitos indivíduos mas que, como em tudo, a prudência e o equilíbrio podem evitar que algo prazeroso torne-se um risco. Mantenha hábitos saudáveis, alimente-se bem, não fume e pratique exercícios físicos. Esses mecanismos protetores provavelmente irão se sobrepor aos riscos oferecidos pelo hábito etílico ocasional (repito: ocasional).

 

Fonte: Site Viva Mais Saudável

 

 

 

 

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