Dívida da prefeitura ultrapassa a marca de R$ 800 milhões

Detalhes

Publicado em Sexta, 06 Janeiro 2017 08:37

Dívida da prefeitura ultrapassa a marca de R$ 800 milhões

Valor pode aumentar porque, neste cálculo, não está incluído os processos judiciais, afirma prefeito

A dívida da prefeitura de Volta Redonda chega a R$ 805 milhões, incluído a administração direta e indireta. Deste total, apenas R$ 25 milhões foram negociados e parcelados. E mais: a administração anterior deixou em caixa apenas R$ 21 milhões. As informações foram passadas pelo prefeito Samuca Silva, em entrevista coletiva à imprensa na tarde desta quarta-feira, dia 5.

“O valor pode aumentar porque, neste cálculo, não está incluído os processos judiciais. O levantamento é parcial e pode aumentar ainda mais. Repito: temos uma dívida de R$ 805 milhões e recebemos em caixa apenas R$ 21 milhões”, ressaltou o prefeito Samuca Silva.

Para ganhar um fôlego financeiro, a Prefeitura decretou estado de calamidade pública, no âmbito da administração financeira por um período de 120 dias. Mas, Samuca deixou claro que a intenção não é deixar de pagar nenhum fornecedor. “Temos uma dívida equivalente ao valor de uma receita anual. Queremos um período para avaliar a situação financeira da cidade”, afirmou o chefe do Executivo.

Prefeitura adota 14 medidas diante da calamidade financeira

Diante da grave situação financeira encontrada no Governo Municipal, Samuca Silva anunciou 14 medidas, através de decreto, para enfrentar a crise. São elas: Todos os pagamentos precisarão de pareceres da Procuradoria e da Controladoria do município; os cargos comissionados e contratados serão levantados e substituídos paulatinamente os bens imóveis da prefeitura serão recadastrados; será criado um comitê para manter diálogo permanente com o Sindicato do Funcionalismo Público; todas as contratações feitas sem licitação serão revistas; o uso do pregão eletrônico será estimulado em todas as contratações e os operadores de cartões de crédito e débito serão obrigados a apresentar relatórios sobre as vendas registradas no município, para evitar sonegação.

Além disso, todas as secretarias municipais serão obrigadas a reduzir gastos com telefonia e energia; um Grupo de Trabalho vai modernizar a Administração Tributária Municipal e um Grupo de Trabalho vai buscar o reequilíbrio do VR Previdência. E mais: Todos os servidores públicos municipais serão recadastrados; todas as despesas assinadas pelo prefeito anterior terão a eficácia suspensa e todas as terminações do TCE serão cumpridas.

Relatório “A Cidade que Herdamos”

Durante os dias 30 e 31 de dezembro do ano passado, uma equipe da assessoria de Samuca Silva percorreu todos bairros da cidade para registrar os problemas de cada localidade.

A ação gerou um relatório intitulado como “A Cidade que Herdamos”. Uma cópia do documento foi entregue, simbolicamente, ao presidente da Câmara Municipal de Volta Redonda, Sidney da Silva Teixeira, o Dinho, que acompanhou a entrevista coletiva.  

O documento reuniu mais de 2,5 mil fotos e registros da cidade como, por exemplo, a má conservação de praças, buracos em ruas e a falta de coleta de lixo.

Prefeitura deve mais de R$ 3 milhões à Light

Durante a entrevista, Samuca Silva informou que a Light, fornecedora de energia elétrica na cidade, comunicou à prefeitura uma dívida de mais de R$ 3,1 milhões, referente ao mês de novembro. Caso o Governo Municipal não pague a dívida em 15 dias, a energia elétrica será cortada.

E mais: o prefeito anunciou também o cancelamento do contrato de 792 linhas de telefone celular e outros 1.055 do telefone fixos. “Só vamos manter as linhas telefônicas de serviços essenciais e que não prejudique a população”, disse o prefeito

Prefeito afirma que não pretende aumentar impostos

Mesmo com a crise financeira encontra na Prefeitura de Volta Redonda, Samuca Silva disse que não pretende aumentar o valor do IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano).

“A população não pode ser prejudicada pelo grave desequilíbrio entre receita e despesa nos últimos anos”, disse Samuca Silva.    

Por André Aquino com fotos de Gabriel Borges (ASCOM – VR)